Grandes bancos terão ‘colchão’ para absorver perdas em caso de crise

22 setembro, 2014

Fonte: Valor econômico
Os grandes bancos brasileiros, com importância sistêmica no mercado financeiro nacional, dificilmente vão escapar de nova exigência desenhada no G-20, para aumentar sua capacidade de absorção de perdas em caso de crise.Ministros de finanças e presidentes de bancos centrais das maiores economias aprovaram em Cairns (Austrália) o princípio para requerimento adicional de recursos dos 29 bancos considerados globalmente importantes e grandes demais para quebrar, (conhecido pelo jargão de G-SIB) incluindo Bank of America, Deutsche Bank, J.P. Morgan, HSBC, Santander e Bank of China.Mas o Valor apurou que, nas discussões, algumas autoridades monetárias de emergentes admitiram que na prática a própria pressão dos mercados forçará a adoção pelos grandes bancos nacionais de proteções similares, ou pagarão taxas maiores para se financiarem.O presidente do Banco Central da França, Christian Noyer, confirmou que um sentimento no G-20 apresentado por alguns emergentes foi de que os chamados D-SIB (bancos domésticos grandes demais para quebrar) tenderão a se alinhar, mesmo que não completamente, a exigências do mesmo tipo em um nível a se determinar.

Conforme cálculos preliminares, bancos como Bank of America e outros globais, poderão ser requeridos uma capacidade total para absorver perdas equivalente a 16% e 20% do total dos ativos. Isso inclui 8% de capital ponderado pelo risco, estabelecido pelo Acordo de Basileia 3, para todos os bancos.

No entanto, a decisão final sobre essas cifras ficará para o fim do ano que vem. O Conselho de Estabilidade Financeira (FSB), que reúne os reguladores e bancos centrais mais importantes do mundo, fará antes um estudo de mercado. A implementação da nova exigência não deverá demorar muito.

Noyer diz que foram feitas várias flexibilidades para os bancos, afim de permitir uma calibragem que não provoque nova restrição de crédito no mundo.

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